Adaptação:
Roberto Avelar
Sempre nos
fazendo viajar, com sons que nos levam para mundos totalmente diferentes.
Seu público fiel também é um elemento indispensável que esquentam as pistas, e seus DJ's que fazem a noite parecer sem fim.
Seu público fiel também é um elemento indispensável que esquentam as pistas, e seus DJ's que fazem a noite parecer sem fim.
Sempre tocando o de melhor do gótico e suas tendências, com certeza é uma festa sem palavras.
Obrigado DJ
Luizinho e Goth Box pelos seus 12 anos, e que venham muitas e muitas outras
edições!!!!
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Por: Gilberto Porcidonio
Faça chuva, faça sol ou lua
cheia, eles vestem basicamente preto. Com frequência adotam um visual
meio andrógino, com cabelos armados, maquiagem pesada, crucifixos e
ankhs (cruz egípcia). Cultuam bandas como Bauhaus, Siouxsie and The
Banshees e Sisters of Mercy. Adoram a literatura de Edgar Allan Poe e
Charles Baudelaire, o cinema expressionista alemão e clássicos do terror.
Figuras comuns dos anos 1980, os góticos andaram meio sumidos do
mainstream, mas sempre estiveram entre nós. Nos últimos tempos, saíram
das sombras, e hoje há uma série de festas, shows e eventos para essa
turma.
Seriam eles os darks? Para o DJ José Roberto Mahr, que tem no currículo a residência em boates que marcaram época como a Crepúsculo de Cubatão, dark é como o estilo ficou genericamente conhecido no Brasil e que foi colocando no mesmo guarda-chuva (preto, lógico) estilos musicais de temática soturna, como darkwave, electronic body music (EBM), deathrock e o industrial, seguindo também pelo metal. E isso não é de hoje. Para Mahr, que toca na True Faith, sempre existiram mais coisas entre o movimento e a música gótica do que imagina o vão clichê.
— Quando comecei, em 1983, existia no Crepúsculo um primeiro momento com estética alternativa no visual, mas sonoramente eclética. Depois, foi se ampliando ainda mais a outros grupos além dos fãs de Bauhaus e Sisters of Mercy. O legal é que todas as bandas tinham uma identidade musical muito clara.
EM VÍDEOS, a "trilha para dias nublados" do DJ JR Mahr
A mistura de elementos musicais também é uma realidade atual. Vocalista da banda gótica Deviation, o professor de inglês Dani Dread — que nasceu em Israel e está no Brasil desde 2000 — conta que, nos últimos dois meses, está acontecendo uma explosão de eventos góticos pela cidade, na esteira do que já bomba na Europa há dez anos.
— O Deviaton mesmo junta todas as vertentes do gótico em uma banda só. Temos influências tanto da música oriental quanto de electro e até dos pontos das religiões brasileiras de matriz africana — afirma.
Um ótimo exemplo dessa mistura é a DDK.
A festa que serve de ponto de encontro para a tribo foi a responsável
por introduzir o underground alemão na pista carioca, em 2003, chegando a
ter duas mil pessoas em uma edição de Halloween. Neste domingo (01), a
DDK ocupa o Espaço Sacadura com tudo que lhe define: concurso de
fantasias, dark room e duas pistas. A principal terá rock; a outra, no
terraço, eletrônica, além de um set especial só com bandas mexicanas em
homenagem ao Dia de Los Muertos.
— Pode ser o que for, mas a minha programação do ano inteiro depende do calendário da DDK — diz Lilith Mulier, vocalista da banda Deviation e DJ residente da festa Goth Box e que discotecará na festa. É, os personagens deste movimento estão, de certa forma, integrados.
— Nós somos uma pequena família feliz das trevas — diz a modelo fotográfica Lorena Ribeiro, vocalista da banda ElectroCats, que frequenta a cena há 15 anos.
Parecendo
um calabouço medieval, com direito a armadura e grilhões pendurados, o
Castle of Vibe vem se destacando. Aberta há três anos e meio, a boate na
Lapa abriga diversas festas da nova geração trevosa, como Rio After
Midnight, Maquinária Sintética e Vamp. Entre os frequentadores, está o
pizzaiolo Joelmir Gabriel, de 22 anos, que há duas semanas estava lá com
uma roupa de couro e a cabeça adornada por um chifre de fauno. Morador
de São Gonçalo, ele enfrenta a distância e o preconceito para curtir as
festas e o seu estilo de vida.
— No início, a minha família não aceitou muito bem, mas, com o tempo, foi se acostumando. Hoje eu ainda sofro preconceito quando saio “montado” na rua. As pessoas implicam um pouco e fazem piadas, mas alguns acabam até achando legal. Eu tinha até vergonha, mas hoje já aceito que esse é meu estilo e que as pessoas têm o direito de ser o que quiserem.
E houve épocas em que o preconceito e a “montação” eram até maiores. O bancário e DJ Flávio Watson — um dos criadores do grupo de discussão Rio Goth — conta que os figurinos já foram mais elaborados e trabalhosos.
— Tem uma galera hoje em dia que está até mais montada do que há dez anos, mas, quando eu comecei, no final dos anos 90, a gente usava trajes mais pomposos, com sobretudo, gravata, capa. Hoje têm um pouco mais de tolerância para se vestir como quiser. Está mais fácil “goticar” — brinca Watson.
Comemorando também o sucesso de levar o clima soturno para Copacabana, a Hi Gary, dos DJs Badenov e Diogo Reis, fará sua segunda edição.
— Dá pra ser gótico em qualquer lugar do mundo, até na praia! — diz Badenov.
Apesar de a música ser a principal referência, o movimento não é só isso. Organizado via Facebook, o Encontro Undergoth Rio reúne adeptos no Templo de Apolo, na Quinta da Boa Vista, para conversar, trocar idéias e fazer piqueniques. Já a festa-sarau Vozes Soturnas aposta na literatura, reunindo, além de música, performances e declamações de poesias. A festa rola no Porto Pirata, no Baixo Garage, que também sedia o evento Plastik, com shows, pista de dança, estandes com HQs raras e acessórios e exibições de filmes. A próxima será no dia 13, com exibição da “Trilogia de terror”, de Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person e José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Falando em produção cinematográfica nacional, nesta sexta (30.10) tem o pré-lançamento do curta de terror “Pedaços”, no Cine Joia, de Pedro Punk e Erich Eichner, vocalista da banda Maldita.
— No final dos anos 1990, eu me apaixonei por Nine Inch Nails, Ministry, Rammstein, Marilyn Manson e acabei mergulhando de cabeça. O Maldita começou em 2001 como uma performance no Espaço Sérgio Porto, que envolvia sangue, carne crua...
Também na vibe cinematográfica, a Macabra promove dia 13, no Bar do B, a sua edição “Horror em Amityville” com os DJs Mario Mamede, Ricardo Abrahin, Ramir Lavor, show da banda Gangue Morcego, que lança o single “Cabeça de abóbora”, e também quiz sobre filmes de, adivinha só, terror.
Seriam eles os darks? Para o DJ José Roberto Mahr, que tem no currículo a residência em boates que marcaram época como a Crepúsculo de Cubatão, dark é como o estilo ficou genericamente conhecido no Brasil e que foi colocando no mesmo guarda-chuva (preto, lógico) estilos musicais de temática soturna, como darkwave, electronic body music (EBM), deathrock e o industrial, seguindo também pelo metal. E isso não é de hoje. Para Mahr, que toca na True Faith, sempre existiram mais coisas entre o movimento e a música gótica do que imagina o vão clichê.
— Quando comecei, em 1983, existia no Crepúsculo um primeiro momento com estética alternativa no visual, mas sonoramente eclética. Depois, foi se ampliando ainda mais a outros grupos além dos fãs de Bauhaus e Sisters of Mercy. O legal é que todas as bandas tinham uma identidade musical muito clara.
EM VÍDEOS, a "trilha para dias nublados" do DJ JR Mahr
A mistura de elementos musicais também é uma realidade atual. Vocalista da banda gótica Deviation, o professor de inglês Dani Dread — que nasceu em Israel e está no Brasil desde 2000 — conta que, nos últimos dois meses, está acontecendo uma explosão de eventos góticos pela cidade, na esteira do que já bomba na Europa há dez anos.
— O Deviaton mesmo junta todas as vertentes do gótico em uma banda só. Temos influências tanto da música oriental quanto de electro e até dos pontos das religiões brasileiras de matriz africana — afirma.
— Pode ser o que for, mas a minha programação do ano inteiro depende do calendário da DDK — diz Lilith Mulier, vocalista da banda Deviation e DJ residente da festa Goth Box e que discotecará na festa. É, os personagens deste movimento estão, de certa forma, integrados.
— Nós somos uma pequena família feliz das trevas — diz a modelo fotográfica Lorena Ribeiro, vocalista da banda ElectroCats, que frequenta a cena há 15 anos.
— No início, a minha família não aceitou muito bem, mas, com o tempo, foi se acostumando. Hoje eu ainda sofro preconceito quando saio “montado” na rua. As pessoas implicam um pouco e fazem piadas, mas alguns acabam até achando legal. Eu tinha até vergonha, mas hoje já aceito que esse é meu estilo e que as pessoas têm o direito de ser o que quiserem.
E houve épocas em que o preconceito e a “montação” eram até maiores. O bancário e DJ Flávio Watson — um dos criadores do grupo de discussão Rio Goth — conta que os figurinos já foram mais elaborados e trabalhosos.
— Tem uma galera hoje em dia que está até mais montada do que há dez anos, mas, quando eu comecei, no final dos anos 90, a gente usava trajes mais pomposos, com sobretudo, gravata, capa. Hoje têm um pouco mais de tolerância para se vestir como quiser. Está mais fácil “goticar” — brinca Watson.
Comemorando também o sucesso de levar o clima soturno para Copacabana, a Hi Gary, dos DJs Badenov e Diogo Reis, fará sua segunda edição.
— Dá pra ser gótico em qualquer lugar do mundo, até na praia! — diz Badenov.
Apesar de a música ser a principal referência, o movimento não é só isso. Organizado via Facebook, o Encontro Undergoth Rio reúne adeptos no Templo de Apolo, na Quinta da Boa Vista, para conversar, trocar idéias e fazer piqueniques. Já a festa-sarau Vozes Soturnas aposta na literatura, reunindo, além de música, performances e declamações de poesias. A festa rola no Porto Pirata, no Baixo Garage, que também sedia o evento Plastik, com shows, pista de dança, estandes com HQs raras e acessórios e exibições de filmes. A próxima será no dia 13, com exibição da “Trilogia de terror”, de Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person e José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Falando em produção cinematográfica nacional, nesta sexta (30.10) tem o pré-lançamento do curta de terror “Pedaços”, no Cine Joia, de Pedro Punk e Erich Eichner, vocalista da banda Maldita.
— No final dos anos 1990, eu me apaixonei por Nine Inch Nails, Ministry, Rammstein, Marilyn Manson e acabei mergulhando de cabeça. O Maldita começou em 2001 como uma performance no Espaço Sérgio Porto, que envolvia sangue, carne crua...
Também na vibe cinematográfica, a Macabra promove dia 13, no Bar do B, a sua edição “Horror em Amityville” com os DJs Mario Mamede, Ricardo Abrahin, Ramir Lavor, show da banda Gangue Morcego, que lança o single “Cabeça de abóbora”, e também quiz sobre filmes de, adivinha só, terror.