quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

SECOS & MOLHADOS

- DISCOGRAFIA NO LINK - 
Secos & Molhados foi um grupo vocal brasileiro da década de 1970 cuja formação clássica consistia de João Ricardo (vocais, violão e harmônica), Ney Matogrosso (vocais) e Gérson Conrad (vocais e violão). João havia criado o nome da banda sozinho em 1970 até juntar-se com as diferentes formações nos anos seguintes e prosseguir igualmente sozinho com o álbum Memória Velha (2000).

No começo, as apresentações ousadas, acrescidas de um figurino e uma maquiagem extravagantes, fizeram a banda ganhar imensa notoriedade e reconhecimento, sobretudo por canções como "O Vira", "Sangue Latino", "Assim Assado", "Rosa de Hiroshima", que misturam danças e canções do folclore português como o Vira com críticas à Ditadura Militar e a poesia de Cassiano Ricardo, Vinícius de Moraes, Oswald de Andrade, Fernando Pessoa, e João Apolinário, pai de João Ricardo, com um rock pesado inédito no país, o que a fez se tornar um dos maiores fenômenos musicais do Brasil da época e um dos mais aclamados pela crítica nos dias de hoje.

Seu álbum de estréia, Secos e Molhados I (1973), foi possível graças à tais performances que despertaram interesse nas gravadoras, e projetou o grupo no cenário nacional, vendendo mais de 700 mil cópias no país. Desentendimentos financeiros fizeram essa formação se desintegrar em 1974, ano do Secos e Molhados II, embora João Ricardo tenha prosseguido com a marca em Secos & Molhados III (1978), Secos e Molhados IV (1980), A Volta do Gato Preto (1988), Teatro? (1999) e Memória Velha (2000), enquanto Gérson continuou a tocar sozinho. Do grupo, Ney Matogrosso é o mais bem-sucedido em sua carreira solo, e continua ativo desde Água do Céu Pássaro (1975).

Os Secos & Molhados estão inscritos em uma categoria privilegiada entre as bandas e músicos que levaram o Brasil da bossa nova à Tropicália e então para o rock brasileiro, um estilo que só floresceu expressivamente nos anos 80. Seus dois álbuns de estréia incorporaram elementos novos à MPB, que vai desde a poesia e o glam rock ao rock progressivo, servindo como fundamental referência para uma geração de bandas underground que não aceitavam a MPB como expressão. O grupo continua a ganhar atenção das novas gerações: em 2007, a Rolling Stone Brasil posicionou o primeiro LP em quinto lugar na sua lista dos 100 maiores discos da música brasileira e em 2008 a Los 250: Essential Albums of All Time Latin Alternative - Rock Iberoamericano o colocou na 97ª posição.

História
PRIMEIROS ANOS
A formação inicial do grupo era composta por: João Ricardo (violão de doze cordas e gaita), Fred (bongô) e Antônio Carlos, ou Pitoco, como é mais conhecido. O som completamente diferente à época, fez com que o Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo, local onde o grupo se apresentava, fosse visitado por muitas pessoas, interessadas em conhecer o grupo. Entre os “curiosos” estava a cantora e compositora Luhli, com quem João Ricardo compôs alguns dos maiores sucessos do grupo ("O Vira" e "Fala").

Fred e Pitoco, em julho de 1971, resolvem seguir carreira solo e João Ricardo sai à procura de um vocalista. Por indicação de Heloísa Orosco Borges da Fonseca (Luhli), conhece Ney Matogrosso, que muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo. Depois de alguns meses, Gerson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo. O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".

FORMAÇÃO CLÁSSICA (1973-1974)
No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar – em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.

Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público. O disco era formado por treze canções que ao ver da crítica, parecem atuais até os dias de hoje. As canções mais executadas foram "Sangue Latino", "O Vira", e "Rosa de Hiroshima". O disco também destaca inúmeras críticas a ditadura militar que estava implantada no Brasil, em canções como o blues alternativo "Primavera nos Dentes" e o rock progressivo "Assim Assado" – esta de forma mais explícita em versos que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo. Até mesmo a capa do disco foi eleita pela Folha de São Paulo como a melhor de todos os tempos de discos brasileiros.

O sucesso do grupo atraiu a atenção da mídia, que convidou-os para várias participações na televisão. As mais relevantes foram os especiais do programa Fantástico, da Rede Globo. Sempre apareciam com maquiagens inusitadas, roupas diferentes sendo uma das primeiras e poucas bandas brasileiras a aderirem ao glam rock.

Em fevereiro de 1974, fizeram um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil - enquanto o estádio comportava 30 mil pessoas, outras 90 mil ficaram do lado de fora. Também em 1974 o grupo sai em turnê internacional, que segundo Ney Matogrosso, gerou oportunidades de criar uma carreira internacional sólida.

Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco de estúdio da banda, que tinha em destaque "Flores Astrais", único hit do disco. O lançamento do disco foi pouco antes do fim da formação clássica da banda, que ocorreu por brigas internas entre os membros. Talvez por este motivo o segundo álbum – que veio sem título, e com uma capa preta – não tenha feito tanto sucesso comercial como o primeiro.

PERÍODO DE INATIVIDADE (1974-1977)
Após o fim do grupo Secos & Molhados, os três membros seguiram em carreira solo. Ney Matogrosso lançou no ano seguinte, em 1975, seu primeiro disco solo com o nome de "Água do Céu-Pássaro" (recheado de experimentalismos musicais) e com o sucesso "América do Sul". João Ricardo lançou também em 1975 seu disco homônimo, mais conhecido por Disco Rosa/Pink Record. Gerson Conrad juntou-se a Zezé Motta e lançou um disco também em 1975.

João Ricardo adquiriu os direitos autorais sob o nome Secos & Molhados, após algumas brigas na justiça, e saiu a procura de novos músicos para que a banda tivesse novas formações.

OUTRAS FORMAÇÕES
A primeira formação após o fim do grupo em 1974 surgiu em maio de 1978, João Ricardo lançaou o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. O terceiro disco foi lançado, e mais um sucesso do grupo – o que seria o último de reconhecimento nacional, e único fora da formação original – "Que Fim Levaram Todas as Flores?", uma das canções mais executada no Brasil naquele ano, o que trouxe o novo grupo de João Ricardo às apresentações televisivas.

No mês de Agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé – César e Roberto – o Secos e Molhados lançaram o quarto disco, que não teve sucesso comercial. A quinta formação do grupo nasceu no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo. Em maio de 1988 saiu o álbum "A Volta do Gato Preto", que foi o último da década.

Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lançou "Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e Molhados.

De acordo com o site oficial da banda, João retomou os trabalhos do grupo em junho de 2011 com a entrada de um novo integrante, Daniel Iasbeck. A dupla lançou em novembro do mesmo ano o álbum autobiográfico intitulado "Chato-boy". Em 2012 iniciaram nova turnê.

ORIGEM DO NOME
O nome foi criado por João Ricardo, quando, nas proximidades de Ubatuba, em um dia chuvoso, viu uma placa de armazém balançando anunciando o tema "Secos e Molhados". Isto lhe chamou a atenção, e antes mesmo do surgimento da banda, surgiu a ideia do nome e alguns outros conceitos que a consistiriam foram se formando. Eles passaram uma grande temporada em Crixás.

REFERÊNCIAS CULTURAIS
A canção "O Vira" é passada para frente de geração à geração, e até hoje, trinta anos depois do fim da formação original do grupo, é executada em rádios e programas de televisão.

Em 2003 foi lançado o disco "Assim Assado: Tributo aos Secos & Molhados", que contavam com versões das músicas do disco de 1973 na voz de outros artistas. Entre eles, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Pitty, Tony Garrido, Ritchie e outros. (Texto: Wikipédia) 


terça-feira, 19 de setembro de 2017

PESIDENTE TEMER NA MIRA DA JUSTIÇA


Por: Roberto Avelar
O Supremo Tribunal Federal (STF) não vai barrar a denúncia contra o presidente Michel Temer, como quer a defesa. Amanhã (quarta-feira) os ministros devem autorizar o envio do documento para a Câmara dos Deputados, como prevê a Constituição. Se dois terços dos deputados concordarem, na votação, o caso retorna à Corte para julgamento. De acordo com a avaliação feita pela maioria dos ministros, nessa primeira fase, o Supremo tem o dever de encaminhar, automaticamente, o caso à Câmara, sem fazer juízo de valor sobre a denúncia ou as provas nas quais o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se baseou. Pelo menos não neste momento.
O relator do processo, ministro Edson Fachin, preferiu levar a questão de ordem apresentada pela defesa para o plenário do Supremo, em vez de decidir sozinho. Em junho, quando pela primeira vez, Temer foi denunciado, por corrupção passiva, Edson Fachin encaminhou o caso para a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, que enviou para o Congresso Nacional. Tudo aconteceu em poucos dias.
Agora, a segunda denúncia chegou ao STF na quinta-feira, mas Fachin preferiu que o plenário primeiro julgasse o pedido da defesa, essa foi uma estratégia para não dar margem a qualquer pedido de nulidade futura. E, também, por cortesia aos colegas.
O futuro das provas da JBS
Percebe-se que o governo já se movimenta na tentativa de barrar, na Câmara, a segunda denúncia apresentada contra Temer, por obstrução da justiça e participação em organização criminosa. A primeira denúncia, foi por corrupção passiva, sendo apresentada por Janot ao STF em junho. Por maioria, os deputados decidiram enterrar o caso. O inquérito continua aberto no tribunal, mas as investigações só poderão ser retomadas depois que ele deixar o cargo.
Caso a Câmara venha autorizar as investigações, a denúncia será devolvida ao STF — que, somente então, vai analisar o mérito das provas apresentadas por Janot contra o presidente Temer.
Uma avaliação de ao menos dois ministros e de juízes auxiliares da Corte é crítica. Ouvidos pelo Jornal O GLOBO, eles consideram que a peça é confusa e se mistura, em uma mesma “salada”, a suposta organização “criminosa” do PMDB da Câmara com a atuação dos executivos da JBS — que, na avaliação deles, deveriam ser separadas em duas investigações diferentes.
Na avaliação de um ministro, foi apressada a forma como o procurador-geral agiu nas últimas denúncias que enviou ao STF, já ao fim do mandato, com o intuito de limpar sua gaveta e não deixar os principais casos com pendências para sua sucessora, Raquel Dodge, que tomou posse ontem. Na PGR, Dodge e Janot pertencem a grupos diferentes.
Segundo alguns dos Ministros do tribunal, Janot deveria ter esperado primeiro a conclusão das investigações sobre os áudios para depois denunciar Temer. Na visão de integrantes da Corte, tomar essa atitude sem que os áudios estivessem devidamente esclarecidos deixou a situação mais confusa. Mas, se Janot esperasse a conclusão das investigações o então procurador-geral não teria tempo para apresentar a denúncia.
Afirmativas foram feitos nos bastidores, por alguns ministros que as provas poderiam ser usadas nas investigações — no entanto, com o acordo de delação rescindido, as provas já não teriam mais tanta força. Há também a possibilidade de pedido de vista no julgamento de amanhã. O que para Fachim não é problema caso isso aconteça, já que ele não depende necessariamente da decisão do plenário para enviar a denúncia para a Câmara.
A nós resta esperar o que vai acontecer...


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

VITÓRIA DA TOLERÂNCIA EM SP




Prezado leitor do JORNAL GAZZETTA CULTURAL,

Nesta semana houve uma vitória simbólica muito importante na Change.org — e achamos que você vai ficar feliz em saber alguns detalhes de bastidores.
Em 2011, a escola infantil EMEI Guia Lopes, na zona norte de São Paulo, foi vítima de ataques racistas. O muro foi pichado: "Vamos cuidar do futuro das nossas crianças brancas". Mais direto impossível. A partir de então, a diretora Cibele Racy abraçou a luta contra o preconceito e direcionou o projeto pedagógico da escola para os direitos humanos e a tolerância.
Pichação
A principal inspiração do trabalho de Cibele e do corpo docente da escola foi a atuação do líder sul-africano Nelson Mandela (Madiba). Em 2015, surgiu uma ideia: por que não re-batizar a escola? Decidiram fazer um abaixo-assinado na Change.org, pedindo para a Prefeitura de São Paulo mudar o nome da escola, para EMEI Nelson Mandela.
Veja a petição
Cibele se empenhou na divulgação e a petição logo ganhou apoios e cresceu. Quase 20 mil pessoas assinaram e a história ganhou relevância: foi destacado em diversos veículos, EstadãoG1ÉpocaUOLJovem Pan. Mais do que pressão, a diretora Cibele sentiu que devia chamar mais atenção. Durante um evento, foi até a Prefeitura e entregou o abaixo-assinado direto nas mãos do prefeito Fernando Haddad, do então secretário Eduardo Suplicy e do presidente da Câmara dos Vereadores, João Donato.
Haddad recebe Cibele
Deu certo. A proposta do abaixo-assinado virou projeto de lei, foi a plenário e, na semana passada, saiu no Diário Oficial: a EMEI Guia Lopes mudou oficialmente de nome para EMEI Nelson Mandela. A escola está em festa!
Compartilhe
Veja o poder de um abaixo-assinado! Mais do que se orgulhar, pergunte-se: que mudança concreta você poderia pedir para combater o racismo?
Pense e faça um abaixo-assinado. Você já viu que funciona. :)
Obrigado por se importar,



domingo, 17 de setembro de 2017

TAI CHI:

UMA ABORDAGEM BIOPSICOSSOCIAL À SAÚDE

"O dicionário Merriam-Webster define biopsicossocial (BPS) como aquilo que está relacionado com os aspectos biológicos, psicológicos e sociais da saúde, em contraste com os aspectos estritamente biomédicos de uma doença. A teoria foi desenvolvida por George L. Engel (1913-1999) e John Romano (1904-1994) durante décadas, e publicada primeiramente por George Engel em 1977. Enquanto que o modelo biomédico tradicional foca na fisiopatologia e outras abordagens biológicas da doença, a abordagem biopsicossocial enfatiza a importância de entendermos a saúde humana e a doença sob outros aspectos, como fatores biológicos, psicológicos e sociais, e suas interações complexas.

Tai Chi (Taiji) é uma antiga arte curativa Chinesa e também uma arte marcial. Suas raízes filosóficas têm origem no Livro das Mutações (I Ching ou Yi Jing). Ela foi desenvolvida baseada na Medicina Tradicional Chinesa, especialmente nosistema dos meridianos. No livro 'Guia de Tai Chi da Faculdade de Medicina de Harvard' (pulicado recentemente em português pela Ed. Pansamento), o professor Peter Wayne, discute os benefícios do Tai Chi para o coração, os pulmões, os ossos, os músculos, o sistema nervoso, o sistema imunológico e a mente, sob a perspectiva dos fundamentos do Tai Chi, da teoria da Medicina Tradicional Chinesa, e sob a lógica de Medicina ocidental. Ele cita, inclusive, estudos biomédicos conduzidos por institutos de pesquisa por todo o mundo, como evidências de suas colocações.

Existem muitos estilos e formas de Tai Chi. Algumas são longas e complicadas, outras são curtas e simplificadas. De acordo com o Dr. Wayne, todas elas podem trazer benefícios para a saúde, desde que elas tenham oito ingredientes ativos:
  1. Percepção - incluindo a plena consciência e atenção focada. A chave de tudo está nos movimentos lentos e deliberados, e na atenção ao alinhamento do corpo, às sensações e à respiração.
  2. Intenção - ou Yi em Chinês, incluindo convicção e expectativa. A visualização ou imagens desempenham um papel importante em produzir os efeitos terapêuticos e psicológicos.
  3. Integração Estrutural - incluindo a forma dinâmica, e função. Uma maior integração interna e entre os vários sistemas estruturais e fisiológicos é essencial.
  4. Relaxamento ativo – os movimentos fluidos do Tai Chi ajudam a conduzir o corpo e a mente para um estado profundo de relaxamento. Tem sido descrito como meditação em movimento.
  5. Força e Flexibilidade – no Tai Chi, a transferência lenta do peso de uma perna para outra, as bases com as pernas flexionadas, e os alongamentos dinâmicos podem ajudar a construir força, estabilidade e flexibilidade.
  6. Respiração Fluida e Natural – a respiração do Tai Chi ajuda a regular o sistema nervoso, melhora o humor, movimenta e equilibra o Qi (energia vital).
  7. Apoio Social – a interação com professores e outros colegas de turma também é um importante fator terapêutico.
  8. Espiritualidade Embutida – incluir a filosofia e os rituais. Dr. Wayne acredita que o Tai Chi cria uma estrutura prática, ao trazer para o dia-a-dia um modo de vida holístico, com base na filosofia oriental, que integra corpo, mente e espírito.
Dr. Peter Wayne
Além de ser influenciado pelo 'Livro das Mutações', o Tai Chi herdou perspectivas filosóficas do Confucionismo, do Budismo, e do Taoísmo. Para muitos, o Tai Chi não é apenas uma arte curativa, ou uma arte marcial; é também uma forma de cultivar um sistema de valores, e de desenvolver uma atitude mais positiva em relação à natureza, aos relacionamentos e à vida diária de forma geral.

O livro 'Tai Chi in Your Life' de Dale Napier apresenta vários exemplos de como os princípios do Tai Chi podem ser aplicados às suas tarefas diárias. O Dr. Wayne também ensina como integrar o Tai Chi na rotina diária em seu livro. Ele apresenta, ainda, o 'Tai Chi para Dois', como uma forma de usar o Tai Chi nos treinos para o aperfeiçoamento de outros esportes (como por exemplo, Tênis, Golf, e Esqui); e no mundo dos negócios como um programa de bem-estar corporativo eficaz, melhorando a criatividade e o aprendizado ao longo da vida.

Portanto, uma vez que o Tai Chi atende a múltiplos aspectos da saúde, Dr. Wayne considera sim o Tai Chi uma abordagem biopsicossocial relevante para o tratamento e prevenção de doenças."

Assista abaixo ao vídeo em que o Dr. Wayne apresenta as conclusões de seus estudos sobre o Tai Chi (em inglês).

Por Violet Li, publicado no site St. Louis Taichi Examiner
Tradução: Soraya Lacerda
Foto e Vídeo: Do artigo original
Outros artigos de Violet traduzidos para o TAOLU, aqui.


sábado, 16 de setembro de 2017

06 ANOS SEM REDSON POZZI, DA BANDA CÓLERA

Por: Roberto Avelar

No próximo dia 27/09/2017 completam 06 Anos sem Redson Pozzi, vocalista, guitarrista e mentor da banda Cólera.

Eu considero este ser como um verdadeiro profeta da humanidade, assim como o Gentileza, dentre outros...

Redson, você é inesquecível; pena que o Brasil não valoriza pessoas como você, muito pelo contrário, o Brasil renega pessoas que levam as massas a pensarem, questionarem e refletirem contra o sistema.



segunda-feira, 29 de maio de 2017

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL EM PRIMEIRA PESSOA



Publicada há mais de 160 anos nos Estados Unidos, a biografia de Mahommah Gardo Baquaqua, negro que foi escravizado no Brasil, ganha primeira edição em português

 

Por Ana Luisa Abdalla  

 

Mahommah Gardo Baquaqua nasceu na África Ocidental, no atual Benin, veio em um navio negreiro até o Brasil e, em Pernambuco, serviu de escravo a um padeiro. O ano era 1845. Dois anos depois, ele escapou. Um entre milhões de negros trazidos para as Américas, sua vida está documentada no livro Biografia de Mahommad Gardo Baquaqua (Ed. Uirapuru), publicado em 1854 nos Estados Unidos, em inglês – e que só agora, no dia 13 de maio de 2017, ganha versão em português.

Mahommah Gardo Baquaqua

Um dos poucos relatos da época contado nas palavras de um negro que foi escravo no Brasil, a biografia descreve em detalhes os usos e costumes, as estruturas familiares e os hediondos castigos infligidos aos escravizados no país – compondo o que o tradutor e organizador do livro, Lucciani Furtado, chama de “uma cosmologia do desespero”. “Há uma ênfase na violência sofrida por ele e por outras mulheres e homens escravizados”, ele conta. “Somente a escrita pode dar importância a esses detalhes e, mesmo assim, por muito tempo as pessoas se recusaram a acabar com a escravidão. A brutalidade de um trauma violento pode ser mais fácil de suportar do que a brutalidade da insignificância”.





A narrativa também é cheia de pormenores do cotidiano, como o nome plantas, animais, ferramentas de trabalho, roupas e penteados. “Esses diversos aspectos vivenciados por um homem e não por uma personagem de ficção nos dão uma visão em primeiro plano”, diz Lucciani. Para ele, muitas informações e dados sobre a vida e o cotidiano do negro naquela época se perderam devido uma tentativa de apagar da história as atrocidades cometidas. Mas reforça: “Em nossa memória social e emotiva, nos causos, nos cantos, nas danças, nas rodas de capoeira, nos terreiros de candomblés e nos tambores e atabaques este período histórico não se calou”.



Capa original da autobiografia



O livro de Baquaqua aparece justamente preenchendo muitos desses espaços deixados em branco. A primeira menção à biografia – e à existência de Baquaqua – foi feita no Brasil em 1989, pelo professor e historiador norte-americano Peter Eisenberg. Mas o trabalho ficou incompleto e, apesar de conhecido por diversos especialistas, o texto ainda não tinha uma edição de acesso ao público.

Lucciani passou quase seis anos trabalhando na publicação, que, com ajuda de arquivos institucionais do Brasil e do exterior, ganhou imagens inéditas. Mas é da intensidade do próprio autor que, ele acredita, virá muito do impacto da obra. “Baquaqua é uma daquelas pessoas que gostaríamos de conhecer. É a pessoa que gostaríamos de ser", diz. "Se ele sofreu foi porque teve que enfrentar contingências sobre-humanas. E ele foi um verdadeiro herói”.

VAI LÁ: Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua, Editora Uirapuru, R$ 38,50.


FOTOS ACIMA: 
Gravuras retiradas da biografia de Mahommag Gardo Baquaqua/Editora Uirapuru